Hugo Motta, um presidente da Câmara decorativo
Invasão da Mesa Diretora tornou-se comum no mandato do atual presidente da Câmara dos Deputados
Virou moda. Quando um deputado ou um grupo de deputados não se vê contemplado (s) com determinada pauta ou reivindicação, eis a solução: ocupar a Mesa Diretora da Câmara.
Em agosto deste ano, deputados bolsonaristas impediram os trabalhos dos colegas por mais de 24 horas. Nesta terça-feira, 9, o deputado da extrema-esquerda Glauber Braga (PSOL) tentou fazer o mesmo. Com os bolsonaristas, que queriam a votação da urgência do PL da Anistia, houve uma certa tolerância; com Braga, nem tanto. O parlamentar do Psol foi expulso após intervenção da Polícia Legislativa. Na confusão, sobrou até mesmo para os jornalistas setoristas da Casa.
Independentemente do desfecho, os dois casos são ilustrativos e revelam o nível de respeito que os integrantes da Câmara têm hoje com Hugo Motta: próximo de zero. O líder do PT na Casa, Lindbergh Farias, deixou isso muito claro em pronunciamento na noite de terça-feira. Ele praticamente pediu o afastamento imediato do atual presidente da Casa.
“Presidente, vou falar uma coisa com muita sinceridade: Vossa Excelência está perdendo as condições de continuar na Presidência desta Casa. O que aconteceu no dia de hoje é muito grave”, disse Farias. “Eu digo: a responsabilidade por essa confusão que aconteceu aqui no dia de hoje é do senhor, é da Presidência desta Casa”, complementou.
A conclusão é óbvia. Outros parlamentares, como Pedro Lucas Fernandes, líder do União Brasil, tentaram colocar panos quentes. Mas a situação dele, Motta, é irreversível. Não adiantou ele deixar o cabelo mais grisalho ou aproximar-se do eleitor nas redes sociais. Motta hoje é um presidente da Câmara decorativo. Engolido por uma série de medidas erráticas.
Motta erra feio ao tentar, tal qual um garoto carente/inseguro, agradar a todos. Petistas, bolsonaristas e Centrão. Uma missão impossível. Motta precisa se apossar de alguma cota de poder magistral: por melhor que seja uma decisão, ela sempre desagradará alguém. E Motta, com quase um ano no cargo, não conseguiu entender isso.
Pautar o projeto de lei da dosimetria para dar seguimento ao processo de cassação de Carla Zambelli ou de perda de mandato de Eduardo Bolsonaro não fez sentido algum e apenas ajudou a causar mais tumulto ainda na Câmara. Motta tentou agradar petistas e bolsonaristas mais uma vez. Resultado: foi dragado pelos fatos.
Em resumo: Motta caminha para ser uma versão millennial de Severino Cavalcante.
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Comentários (1)
Luiz Filho
10.12.2025 10:07Fraco porque corrupto. Chantageado no supremo por exigir comissão de $70 mil!!!!! E de empresário fodido, que vive de obras públicas de estado pobre