PL da Dosimetria atesta fraqueza de Lula e Bolsonaro
Mais uma derrota para os lulistas no Congresso, a redução de pena para Bolsonaro é um prêmio de consolação para quem disse que só negociaria anistia
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) anima sua perspectiva de candidatura à Presidência da República com uma campanha pela anistia do pai, mas, após protestar por meses, os bolsonaristas se dobraram enfim, na terça-feira, 9, ao PL da Dosimetria, aprovado na Câmara dos Deputados.
Os aliados de Jair Bolsonaro prometem seguir pressionando pela anistia, mas a redução das penas enfraquece o pleito, porque tirará da cadeia, caso sancionada, boa parte dos condenados pelo 8 de janeiro, usados pelos bolsonaristas para sensibilizar o Brasil contra a rigidez do Supremo Tribunal Federal (STF).
O PL da Dosimetria é o caminho, aliás, sinalizado e autorizado pelo próprio STF para tratar do caso. Os ministros do tribunal já indicaram que não aceitarão anistia para os crimes de golpe de Estado.
O PL da Dosimetria segue sendo, portanto, aquilo que sempre foi: um prêmio de consolação para a família Bolsonaro. E a aceitação de sua votação em vez do sonhado PL da Anistia é mais uma prova da evidente fraqueza de Bolsonaro, preso em regime fechado por tentativa de golpe de Estado.
E o Lula?
Se não pode ser celebrado como vitória pelos bolsonaristas, ainda que eles deem a entender que venceram, o PL da Dosimetria é uma evidente derrota para os lulistas. Aliás, mais uma derrota numa espantosa série de revezes humilhantes para o governo Lula no Congresso Nacional.
O meio termo costurado por Paulinho da Força (Solidariedade-SP, à esquerda na foto) não contenta totalmente os bolsonaristas, e periga enfraquecer a pauta pela anistia, e, ao mesmo tempo, expõe um governo encurralado e totalmente alheio à pauta do parlamento, escorando-se no STF.
Não é notícia boa para nenhum dos dois lados, portanto, mas soa ainda pior para o governo Lula, que perdeu mais uma votação sem nem ter tempo para se preparar direito, e com o requinte de crueldade de ver um de seus aliados, o deputado Glauber Braga (Psol-RJ), passando por mais um papelão.
Lulismo e bolsonarismo expõem, enfim, seu evidente desgaste às vésperas do ano eleitoral, e competem para ver quem consegue iludir melhor seus apoiadores de que está tudo bem.
Leia mais: Um Bolsonaro que toma vacina
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Comentários (2)
Rafael Tomasco
10.12.2025 10:46Cada um desses currais ao redor de falsos ídolos irão se destruir sozinhos, um por um. O lulismo não será eterno, e o já famigerado bolsonarismo que respira por aparelhos, tampouco
Ita
10.12.2025 10:11Sempre um dependeu do outro e se enfraquecem juntos. Viiiiiva!!!!