Maioria considera justa a prisão de Bolsonaro, aponta Datafolha
Levantamento também mediu o quanto a população sabe sobre a condenação definitiva do ex-presidente
Pesquisa Datafolha divulgada neste domingo, 7, mostra que 54% dos eleitores consideram justa a prisão de Jair Bolsonaro (PL). Outros 40% julgam que a medida não se justifica. O levantamento também revela que 34% defendem que o ex-presidente cumpra sua pena em casa.
A pesquisa ouviu 2.002 pessoas em 113 cidades entre terça, 2, e quinta-feira 4, e tem margem de erro de dois pontos percentuais. Para 6%, não foi possível avaliar se a prisão é justa.
Bolsonaro começou a cumprir a pena de 27 meses e três meses de cadeia em 25 de novembro, após decisão do Supremo Tribunal Federal por sua atuação no esquema golpista que pretendia mantê-lo no poder depois da derrota para Lula (PT) em 2022.
Três dias antes da prisão, o ministro Alexandre de Moraes determinou a detenção imediata de Bolsonaro por tentativa de romper a tornozeleira eletrônica com um ferro de solda.
O ex-presidente estava em prisão domiciliar desde 4 de agosto. Em setembro, foi condenado ao lado de outros sete réus do chamado núcleo central da trama golpista.
Conhecimento sobre a prisão
O levantamento também aferiu o nível de informação da população sobre a condenação definitiva. Segundo o instituto, 36% disseram conhecer o caso e se sentir bem informados.
Outros 37% afirmaram saber do assunto, mas de forma parcial; 11% se declararam mal informados, e 16% disseram não ter tomado conhecimento.
A discussão sobre o local de cumprimento da pena divide opiniões.
Entre os que rejeitam a prisão domiciliar, 26% defendem o envio a um presídio comum, enquanto 20% preferem uma unidade militar e 13%, uma sede da Polícia Federal. Outros 7% não souberam opinar.
Atualmente, Bolsonaro está na superintendência da PF em Brasília, em uma sala com móveis básicos e banheiro. Moraes decidiu mantê-lo no local logo após o trânsito em julgado e afirmou que, ali, o ex-presidente receberá “acompanhamento diuturno de médicos”.
Condenação de Bolsonaro
A condenação de setembro foi imposta pela Primeira Turma do STF por cinco crimes: organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Bolsonaro está em uma sala de Estado-Maior com televisão, frigobar, ar condicionado, cama e armários.
Condenação de generais
Enquanto Bolsonaro permanece detido na PF, os oficiais-generais condenados — Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Almir Garnier — foram enviados a unidades militares.
O delator Mauro Cid cumpre pena em regime aberto. A prisão de altos oficiais é vista como um marco num país marcado por golpes militares e tem provocado tensão nas Forças Armadas, especialmente no Exército.
A pesquisa também perguntou aos eleitores sobre a condenação dos generais. Para 57%, a medida foi justa; 30% discordam, e 13% não responderam.
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Comentários (1)
Fabio B
07.12.2025 14:33Ficou barato. Merecia muito mais.