Para Haddad, tarifaço contra o Brasil seria “injustificável”
"Nós que teríamos mais espaço para crescer no comércio com eles", disse o ministro sobre relação comercial com os EUA
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira, 31, que a imposição de tarifas pelo governo dos Estados Unidos ao Brasil seria “injustificável”, segundo o jornal Folha de S.Paulo.
“Qualquer retaliação ao Brasil vai soar injustificável à luz dos dados e à luz das décadas de parceria entre Estados Unidos e Brasil”, disse Haddad, após uma conferência sobre o clima e a economia na França.
Segundo o ministro, o país tem uma “balança estável e equilibrada”, ao comentar sobre a troca comercial com os americanos.
“Nós temos uma balança estável e equilibrada. Apesar da vantagem dos Estados Unidos em relação ao Brasil, ela está relativamente equilibrada. Nós que teríamos mais espaço para crescer no comércio com eles”, afirmou.
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Aço e alumínio
No início do mês, Haddad decidiu não enfrentar as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o aço e o alumínio brasileiros.
Segundo Haddad, o governo Lula não pretende retaliar as taxas.
“Não vamos proceder dessa forma seguindo as instruções do presidente”, disse a jornalistas.
Preocupação?
O Instituto Aço Brasil, entidade que representa as empresas brasileiras produtoras de aço, afirmou que a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tarifar em 25% as importações de aço e o alumínio, “não será benéfica“ para os dois países.
De acordo com o instituto a parceria firmada por Trump e o Brasil, durante o seu primeiro mandato, garantia aos EUA a importação anual de significativa parcela do produto.
“Os Estados Unidos importaram, em 2024, 5,6 milhões de toneladas de placar por não dispor de oferta suficiente para a demanda do produto em seu mercado interno, das quais, 3,4 milhões de toneladas vieram do Brasil”, diz trecho.
Para o Aço Brasil, os Estados Unidos são o país beneficiado no acordo comercial, obtendo superávit médio de US$ 6 bilhões.
“Considerando, especificamente, o comércio dos principais itens da cadeia do aço– carvão, aço e máquinas e equipamentos – Estados Unidos e Brasil detêm uma corrente de comércio de US$ 7,6 bilhões, sendo os Estados Unidos superavitários em US$ 3 bilhões”, escreve.
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Comentários (1)
Marian
31.03.2025 19:19Então o governo Americano poderia aplicar tarifas sem qualquer justificativa? Eu acho que não é bem assim que a banda toca.