Irmãos Batista entram no setor siderúrgico pela Usiminas
Os irmãos Joesley e Wesley Batista entram no setor de aço, diversificando ainda mais o já enorme império de investimentos da família
A Globe Investimentos, empresa ligada à família Batista, conhecida pelo comando da JBS, da J&F Investimentos e da Eldorado Celulose, adquiriu 4,99% das ações da Usiminas, uma das maiores empresas do setor siderúrgico brasileiro, em um movimento revelado pela CSN, a Companhia Siderúrgica Nacional, nesta quinta-feira, 31.
A transação, realizada na quarta-feira, 30, movimentou 263,3 milhões de reais, com base no valor de fechamento da Bolsa no dia anterior. O pacote envolveu mais de 62 milhões de ações, 35,1 milhões ordinárias e 27,3 milhões preferenciais, da Usiminas, vendidas pela CSN.
O valor e a composição das ações revelam o interesse estratégico dos novos investidores, ainda que a participação esteja fora do bloco de controle da companhia, hoje comandado por Ternium, Nippon Steel e pelo fundo de pensão Previdência Usiminas.
Com a compra, os irmãos Joesley e Wesley Batista dão um passo importante no setor de aço, diversificando ainda mais o já enorme império de investimentos da família.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, apesar da Globe não estar oficialmente sob a holding J&F, ela é presidida por Aguinaldo Gomes Ramos Filho, sobrinho da dupla de empresários, reforçando os laços familiares no negócio. Procurada, a J&F não comentou a operação.
Do lado da CSN, a venda não foi apenas uma jogada estratégica, mas também uma resposta a uma longa pressão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade.
Desde 2014, o órgão exige que a empresa de Benjamin Steinbruch reduza sua participação na Usiminas para abaixo de 5%, argumentando conflito de concorrência. Até então, a CSN resistia, se mantendo como uma das principais acionistas da rival.
A Justiça federal apertou o cerco recentemente. O Tribunal Regional Federal da 6ª Região estipulou um prazo de dois meses para que a CSN apresentasse um plano de desinvestimento e a venda à Globe seria o primeiro passo nesse sentido: com ela, a fatia da CSN na Usiminas caiu de 12,91% para 7,92%, ainda acima do limite imposto, mas mais próxima da meta.
Talvez não por acaso, a negociação foi concluída dias antes de uma nova sessão do Cade, marcada para 6 de agosto, que vai tratar justamente dessa exigência de desinvestimento.
Ainda segundo fontes ouvidas pelo Estadão, a operação pode ser vista como uma tentativa de atenuar as críticas e evitar penalidades mais duras.
Apesar de discreta, a movimentação da família Batista na Usiminas reacende discussões sobre concentração de capital e influência no setor industrial brasileiro, agora não apenas nos ramos de proteína animai e celulose, mas também no aço.
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Comentários (1)
Marcia Elizabeth Brunetti
01.08.2025 08:53Grandes empreendedores! E pensar que essas doces criaturas poderiam estar presas. Que maldade.